terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Vida Assistida - Cuidados Paliativos; Direito ou Prémio de Consolação?

Nossos pacientes ainda se encontram à margem do que é preconizado pelo Ministério da Saúde: “Alivio dos sintomas; o apoio psicológico, espiritual e emocional; o apoio à família; o apoio durante o luto e a interdisciplinaridade”.
Os Cuidados Paliativos derivam do movimento “Hospice” cujo significado é “hospedagem, hospitalidade” e traduz um sentimento de acolhida. O termo hospice, refere-se a uma filosofia de tratamento, um conceito de cuidado que têm seu início histórico nos tempos antigos (séc. IV). Com a evolução da medicina e o crescimento e avanço da tecnologia em saúde, os hospitais desenvolveram-se rapidamente, tornando-se “centros de cura”. Consequentemente, o cuidado tecnológico passou a ser muito valorizado, havendo uma despreocupação relativa aos cuidados integrais.
Para combater esta situação de desamparo, alguns profissionais europeus e americanos, se destacaram na luta pela humanização do cuidado. Surge então na década de 60, uma abordagem que procura resgatar a filosofia Hospice, dando origem aos Cuidados Paliativos.
Hoje a filosofia do hospice está sendo implantada praticamente em todos os quadrantes do mundo. Desde meados dos anos 80 o movimento conta com o apoio da O.M.S, que estimulou países membros a desenvolver programas de controlo do cancro, que incluem prevenção, detecção precoce, tratamento curativo, alívio da dor e cuidados paliativos.
Os hospices historicamente privilegiavam o cuidado dos pacientes com cancro e o enfrentamento do sofrimento causado pela doença, hoje acolhem em número crescente, pacientes com SIDA e em estágios terminais de doenças respiratórias, cardíacas e renais e neurológicas.
Nosso dever como cuidadores pressupõe a utilização de todas as nossas habilidades no cuidado das pessoas, no sentido de aliviar seu sofrimento, assisti-las no aprimoramento de sua qualidade de vida e concentração no viver, antes que no morrer.
O foco central do cuidado, que norteia todas as acções é a experiência da pessoa e de sua família, de viver com uma doença incurável e o processo do morrer.
Paliativo Palavra de origem latina (pallium), que significa manto, coberta. Diz-se daquilo que tem a qualidade de acalmar temporariamente um sinal, uma dor; nasce a Medicina Paliativa – estudo e controlo de pacientes com doença activa e progressiva, em fase avançada, para os quais o prognóstico é limitado e o foco dos cuidados é a qualidade de vida.


1 comentário:

  1. Cris seu artigo sobre cuidados paliativos é muito claro e relevante para todos os envolvidos com esse tema, pois viabiliza um melhor entendimento e manejo dos aspectos que permeiam esse contexto. Parabéns

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