domingo, 6 de fevereiro de 2011

Reflexões para um ano mais pleno e cheio de prazer!

Nos últimos 20 anos, as mudanças acerca dos papéis sociais e principalmente de "género", mudaram muito.  Homens e mulheres buscam um caminho possível, onde possam exercer sua afectividade, sexualidade e desenvolver novas aptidões.
A vida se dá em ciclos; dias, meses, anos... O início de mais um ano suscita o desejo de fazermos um “balanço” acerca de nossas vivências  dificuldades, sonhos e realizações. Surge a expectativa de que no "futuro" sejam resolvidas todas as nossas “pendências” (como se um dia, isso fosse possível!) …Os exames médicos adiados a tempo, a sonhada viagem, o corpo ideal; conquistado no ginásio, tantas vezes pago e tão pouco frequentado... Ah! E o regime! Adiado sempre para a próxima segunda-feira!
E tem ainda aqueles que querem mesmo “virar a mesa”!!! Ser outra mulher/outro homem; mais apaixonada (o), decidida (o), autónoma (o) e realizada (o) – sair da mesmice; do dia-a-dia desgastante, sem graça, “morno”…
…E o companheiro que não entende as mudanças de humor da esposa, as intermináveis dores de cabeça, a Tensão Pré Menstrual... a insatisfação... Homens esgotados com o trabalho, na maioria das vezes, sem o reconhecimento desejado, ameaçados constantemente pelo desemprego, sozinhos num mundo de pedra, onde já não possuem o "poder" e controlo do destino de sua família, como outrora.
Quem é esse homem que deve ser o companheiro fiel, o pai cuidadoso, o amante voraz (bem dotado), o amigo (assexuado), disponível para ir às compras, interessado nos intermináveis discursos femininos, bem humorado, com o limite da conta ordem estourado, o cartão de crédito arruinado... Que deseja magicamente ser outro homem, num outro local, outro país e quem sabe outro planeta; sem hipotecas,  obrigações, desentendimentos... (o nirvana!)
E a mulher do século XXI; cansada da dupla, tripla, jornada, frustrada pelos filhos que não teve; preocupada e culpada pelos que tem e não pode acompanhar, como gostaria.
…E ainda há que ser a dona de casa especializada em economia doméstica (ainda mais nestes tempos de “crises”…), a mãe dedicada e paciente, a amante insaciável e orgásmica, a filha amorosa, atenta às necessidades dos seus progenitores… Ah! e ainda tem que gostar da sogra; achar divertido todos os palpites que a pobre senhora insiste em dar e aceitar o facto de que o “tempero dela” será sempre melhor que o seu (pelo menos na opinião do seu marido).
E se não tiver marido?! É aquela que nos dias de hoje ainda é discriminada! Nas festas de confraternização (principalmente as familiares), todos perguntam se ainda está “sozinha”.... (nunca ninguém questionou se esse é o seu desejo???).
O homem que não tem “mulher” deve sair à procura de uma, todos os finais de semana (senão é “paneleiro”). Deve “engatar” todas, mas para isso precisa ter um bom carro! (mesmo que se "enforque" nas prestações!). Usar roupa de marca, perfume importado e dizer aos amigos que ainda está sozinho, porque não encontrou a "mulher ideal”...
Há 50 ou 60 anos atrás, se sabia exactamente o que esperar dos homens e mulheres.

Eles deviam ser o provedor da família; demonstrar autoridade e domínio. Exercer sua sexualidade numa casa de “mulheres da vida”, “respeitar” a esposa, que naquele tempo, diferente de hoje, devia ser frígida... (ter orgasmos não era coisa para mulher de família!).
As meninas eram criadas desde cedo a serem “boas donas-de-casa”, tinham de saber bordar, cozinhar, costurar, acatar os desejos e determinações do seu “senhor"... Ter filhos, muitos filhos; assim não 
teriam tempo para “futilidades” e nem traições! (doce ilusão!).

Hoje mais do que nunca homens e mulheres estão em crise... Passamos por um momento histórico de grandes transformações, o que causa desconforto, instabilidade, inúmeras discussões e uma grande sensação de vazio existencial.
Muitas famílias Portuguesas, a exemplo do que acontece em outros países, já estão a ser mantidas pelas mulheres, que se vêem obrigadas a deixar suas proles, horas a fio numa  ama, infantário ou escola. Inseguras, sem saber quais valores morais estão a ser transmitidos, com medo da violência, da pedofilia e de todas as possibilidades macabras que os “média”, insistentemente propagam.
Há também o peso da responsabilidade, o dilema de ser mãe/pai, muitas vezes. A necessidade de racionalizar, ser prática, diminui a intuição, a disponibilidade de acolhimento, a contemplação e a organização; próprios do “feminino”- mas não exclusivos da mulher! O homem "machão" está em queda livre e deveria chegar logo a extinção! Eles agora, muitas vezes cuidam do lar, lavam, passam, levam os filhos à escola, ajudam nos deveres de casa e aguardam a chegada da esposa, exaustos!
Os tempos são outros e demandam posturas diferentes daquelas que aprendemos. As mudanças externas acontecem num ritmo alucinadamente acelerado, sem que possam ser assimiladas internamente, na mesma velocidade, causando um sentimento de inadequação, ressentimento, medo, vazio existencial, sofrimento e muitas vezes Depressão e Pânico.
“Alguma coisa está fora da ordem – da nova ordem social”

As pessoas buscam a ajuda de profissionais especializados, para identificarem e reorganizarem seus papéis sociais. Aprendem a mobilizar novos recursos, para lidar de modo mais efectivo com as implicações emocionais, decorrentes desse processo de transformação mundial.
Pequenas mudanças de visão e atitudes, fazem uma grande diferença na qualidade e satisfação da sua vida pessoal, sexual, afectiva e social.

Aproveite o início de um novo ciclo e escolha ser mais feliz! Você não está sozinho nesta busca!

“Um homem pode viver muito e não viver. Encontrar satisfação na vida não depende do número de anos que se tem, mas da vontade”. Montaigne (Ensaios 1.572)

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