sábado, 6 de outubro de 2012


Uma relação saudável implica uma vida sexual também saudável. Para o conseguir, um orgasmo não tem de ser sempre um culminar da relação sexual, mas pode ser uma realidade presente na vida do casal. Para que obtenha um final feliz, ficam aqui algumas respostas a medos comuns que impedem a mulher de o conseguir.

Acreditar que é impossível chegar ao orgasmo

É extremamente raro o caso de uma mulher não conseguir chegar ao orgasmo – qualquer mulher o consegue.

Elimine a possibilidade de existirem problemas de saúde

Conversar com o seu médico ginecologista é o primeiro passo a dar. Como a maioria das vezes é a mente que cria este tipo de bloqueio, pode acontecer que de facto exista um problema inerente, físico, ou algum tipo de medicação que interfira com um final feliz. Por exemplo, artérias obstruídas associadas a doenças cardíacas podem restringir o fluxo de sangue dos pequenos vasos sanguíneos que irrigam a zona genital. Por exemplo, a diabetes pode limitar ou eliminar o fluxo de sangue das terminações nervosas. Contracetivos à base de hormonas, que baixam a testosterona, podem diminuir a sensibilidade sexual, os anti-histamínicos diminuem a lubrificação, tornando a relação desconfortável. Antidepressivos inibidores seletivos da recaptação da serotonina e medicamentos para a ansiedade e para a hipertensão também são inibidores da libido, chegando a eliminar o interesse sexual por completo.

Distração

Parece-lhe difícil atingir o orgasmo se estiver a pensar no que tem a fazer no dia seguinte, ou no que não fez hoje? As mulheres atuais têm muito em que pensar e obviamente muitas tarefas a seu cargo, e isso vai muitas vezes para a cama com elas. Durante o sexo, estar a pensar em tarefas ou preocupações não ajudará a desligar-se e a focalizar-se no momento.

Aprenda a focalizar-se

Pense no sexo como um momento de relaxamento, como se fosse fazer uma massagem num spa. Depois de passar a fase em que se pode passar os dias inteiros na cama com o parceiro, sem sequer pensar no que há para fazer no dia seguinte, saiba que a vida sexual não se vai manter fogosa durante muito tempo, há que apimentar. Aprenda a relembrar-se desses momentos, e considere que é um momento de relaxamento pessoal – dê tempo para si. Aprenda a relaxar – este é um momento em que deve desligar o seu cérebro e apenas deixar-se ir com o momento.

Não conhece a sua anatomia

É difícil saber o que pode estimular o orgasmo se nunca se explorou, ou se sempre foi desencorajada a explorar o corpo. Naturalmente, quando as crianças se tocam, são sempre desencorajadas. Por isso, desde cedo que as meninas pensam que ao tocar-se estão a fazer algo de errado, permanecendo algumas vezes esta ideia até à idade adulta.

Conheça o seu corpo

Se conhecer e explorar o seu corpo, será capaz de saber como é que ele responde aos estímulos e qual a melhor forma de sentir prazer. Pegue num espelho e explore a sua área genital, isto será fundamental para que se saiba tocar nos locais certos e, dessa forma, poder ensinar ao seu parceiro – na realidade todas as mulheres são diferentes, por isso, é sempre importante existir comunicação com o parceiro para que ele a conheça, como você se conhece a si própria. Compre um brinquedo sexual e experimente-o, veja como é que o seu corpo reage, esta é uma forma de conseguir mais rapidamente o que conseguiria com as mãos, em ter de se preocupar com a pressão ou com a técnica.

Está presa aos tabus

A religião, a educação e até a sociedade em geral muitas vezes incutem numa mulher que o sexo é vergonhoso, e que é algo que não pode ser discutido abertamente. Para atingir um orgasmo, é necessário estar relaxada e não pensar sobre o assunto.

Mude a sua atitude

Desafie-se a si mesma e crie novos parâmetros na sua vida. Fale com um psicólogo, veja episódios da série de TV Sexo e a Cidade, leia livros sobre o tema. Não espere mudar de pensamento sem fazer um esforço.

Problemas com o corpo

Não deve existir praticamente nenhuma pessoa que esteja 100% satisfeita com o seu corpo, há sempre um detalhe ou outro que considera que se mudasse, o seu corpo iria ser perfeito. Isto não corresponde necessariamente à realidade, mas sim à realidade individual de cada um. Imagine que está no “bem bom” com o seu parceiro e de repetente olha e percebe que a sua celulite está a notar-se, ou que os seus seios se mexem demais... Para ter esta noção, é necessário que o seu cérebro deixe de estar relaxado e passe a ter a noção do seu corpo para se auto-criticar. Isto é um grande desligar do prazer, sendo para as mulheres um dos grande obstáculos do orgasmo. Saiba que os homens não querem saber da celulite, nem da flacidez, nem das gordurinhas. Um homem durante o sexo não pensa nessas coisas, esqueça as suas imperfeições e concentre-se em sentir-se bem nesse momento.

Deixe ver a celulite

Pense nas velas, na música e na lingerie, esqueça as imperfeições! Pode sempre fazer ginástica ou colocar cremes, mas depois, no momento a dois, isso não interessa nada. Se achar que usar uma lingerie durante o ato a torna mais confiante, então vá às compras e esqueça os “defeitos”.

Tenta lá chegar através do coito  

Para chegar a um país é necessário fazer uma viagem, porque sem essa viagem não existe a chegada. O mesmo se passa com o orgasmo – é necessário uma viagem para lá chegar. É essencial fazer as malas, ir para o aeroporto, esperar pelo avião… a maioria das mulheres não consegue chegar ao orgasmo apenas durante o coito, são necessários preliminares, e a probabilidade de existir um orgasmo simultâneo é tão provável como ganhar a lotaria.

Ajude-se na viagem  

O seu foco deve estar no clitóris, é o órgão de maior prazer na mulher. Isto porque existem inúmeras terminações nervosas neste órgão. Ao contrário do que pode pensar, não há um percurso padrão exigido: preliminares, coito e orgasmo. Não tem de existir ordem, pode-se parar a meio, dar uma mãozinha, ou sexo oral e depois voltar ao coito. Um orgasmo é sempre um orgasmo, quer seja durante o coito ou não, o que interessa é chegar lá.

Não consegue encontrar o ponto G

Se conseguir ótimo, se não conseguir siga a sua vida. Isto pode deixar o homem obcecado por um ponto que nem os sexólogos concordam onde se situa concretamente. Uns afirmam que está atrás do osso púbico, outros que é cerca de 1 cm dentro da vagina, outros que se localiza ainda mais no interior, numa zona triangular na parte de trás da parede da bexiga chamada zona T.

Esqueça a missão

O ponto G é apenas uma das possíveis áreas sensíveis do seu corpo, entre muitas outras. Não veja as suas zonas erógenas como algo que tem de encontrar, como uma missão. Algumas mulheres sentem prazer no pescoço, outras nos mamilos… se não consegue encontrar o seu ponto G, não se preocupe, isso apenas significa que esse ponto não é sensível para si.

As posições não ajudam  

É mais fácil atingir o clímax durante o coito se estiver numa posição onde lhe seja fácil tocar no seu clitóris, ou numa onde o pénis toque no ponto G (se souber onde este está). Algumas mulheres preferem estar de lado, outras de costas, outras de pé… algumas mulheres simplesmente não atingem o clímax com a penetração.

Experimente uma posição diferente

A simples posição de ter a mulher em cima permite-lhe estar em cima do seu companheiro controlando a rapidez, a profundidade, e a sua própria estimulação.

Sente-se apressada

A excitação de uma mulher não é igual à de um homem. Um homem chega rapidamente ao orgasmo, mesmo que esteja a ver um jogo de futebol ao mesmo tempo. Mas uma mulher não funciona da mesma forma. Uma mulher demora muito mais tempo a ficar excitada, e necessita de pelo menos cerca de 20 minutos antes de sequer pensar no orgasmo. Com este processo, a mulher ao pensar que o homem pode estar aborrecido ou frustrado, acumula uma camada de pressão que pode simplesmente fazer com que nada mais aconteça.

Prepare-se

Prepare-se antes, dê-se um pouco de prazer antes de se juntar ao seu parceiro. Desta forma já vai com o motor quente, nem que seja apenas com pensamentos tórridos.

Deixar tudo ao cargo dele

Não é boa ideia, sabe que se quiser fazer algo bem feito tem de ser você a fazê-lo. Deixar o seu prazer apenas ao cargo do seu parceiro é muita pressão para ele. A maioria dos homens anda um bocado às escuras no que diz respeito à anatomia feminina, e as mulheres são relutantes ao facto de explicarem ao parceiro o que realmente lhes dá prazer. Este caminho é um que terá de percorrer, porque o corpo é seu.

Dê-lhe direções

Estar sempre à espera que o seu parceiro lhe dê prazer, está errado. Por isso, ajudá-lo é um ganho para ambas as partes. Se não lhe quer explicar verbalmente, pegue-lhe na mão e ensine-lhe de forma mais subtil. Ensine-lhe como gosta de ser tocada e lembre-se que todo este processo pode ser muito divertido e estimulante para ambos.

Está demasiado envergonhada para se deixar ir

O momento do clímax pode não ser tão atrativo, pode-se grunhir, gritar, murmurar, chorar e até ejacular. Esse momento de grande prazer também é um momento de grande vulnerabilidade, e se está com medo de como vai parecer nesse momento, quando as ondas de prazer percorrem o corpo. Muitas vezes, este é um dos motivos porque as mulheres fingem, apenas para manter o controlo das aparências.

Deixe-se ir

Tem de se resignar ao facto de que não pode estar sempre numa posição de controlo. Não pode controlar o seu nível de sexualidade, e ter medo de controlar a sua sexualidade animal. Mas se realmente sente muita dificuldade em se deixar soltar, deve conversar isto com um psicólogo.

Demasiado orientada para o objetivo

Se estiver demasiado focada no objetivo não o vai conseguir atingir. Isto é suposto ser divertido, um momento relaxante e não um objetivo a ser cumprido. Deixe de pensar em como chegar ao cume da montanha e foque-se na sua subida.

Relaxe

Imagine um cenário, e partilhe-o (ou não) com o seu parceiro. Esqueça a ideia de que a sua fantasia tem de ser adequada ou que sequer tem de incluir o seu parceiro. De vez em quando, faça do seu vibrador um objeto presente nos momentos com o seu parceiro. Use o desempenhar de papéis, em que um é um mecânico e outro o cliente... enfim deixe à sua imaginação. Fantasiar é importante e muito bom para a intimidade. Um orgasmo feminino necessita de tempo e de uma pressão consistente no clitóris, muitas vezes algo mais difícil para um homem, pois não conseguem manter um ritmo adequado. No entanto, um vibrador...

Orgasmo feminino: entenda por que é tão difícil chegar lá


Ver estrelas, subir pelas paredes, revirar os olhos de prazer. Nos filmes e nas revistas, chegar ao orgasmo não só parece algo fácil, como também parece uma experiência extracorpórea. De fato, "chegar lá" significa perder o controle do corpo por alguns minutos. Mas a técnica requer prática e bastante habilidade.
Nada que um pouco de diálogo com o parceiro, conhecimento do próprio corpo e uma mente desprovida de preconceitos entre quatro paredes não possa resolver. No entanto, a despeito da revolução sexual e de todas as conquistas femininas das últimas décadas, muitas mulheres ainda sofrem para decifrar os enigmas do prazer.
De acordo com a ginecologista Carolina Ambrogini, a dificuldade de chegar ao orgasmo é o segundo lugar da lista de problemas que levam as mulheres a procurar ajuda no Projeto Afrodite, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), do qual é coordenadora. O projeto atende gratuitamente mulheres com disfunções sexuais. No topo da lista está a falta de desejo sexual.
A especialista explica que, a princípio, toda mulher está apta a alcançar o orgasmo, mas alguns fatores fisiológicos podem prejudicar este quadro. De acordo com a ginecologista Viviane Monteiro, as causas orgânicas são responsáveis por cerca de 20% a 40% das disfunções sexuais femininas.
Entre elas, estão itens que diminuem o desejo sexual como o período menstrual; tabagismo, álcool e dependência química; uso de tranquilizantes ou de anticoncepcionais de baixa dosagem por tempo prolongado; doenças vasculares; diabetes; endometriose; miomas e a menopausa, caracterizada por sintomas como atrofia genital, menor fluxo sanguíneo, diminuição da produção de estrogênio e ressecamento vaginal.
Sim, os aspectos físicos têm seu peso nessa questão. No entanto, as especialistas são unânimes - o foco do problema está mesmo é dentro da cabeça. Entenda a origem dos casos mais comuns e veja dicas para exercer sua sexualidade de forma plena.
Onde começa o problema
Tratada muitas vezes como uma questão secundária, a dificuldade de chegar ao orgasmo pode até parecer uma coisa à toa, mas é preciso ficar atenta, pois, a longo prazo, pode comprometer o bem estar da mulher, sua autoestima e a relação com o parceiro. Conforme explica Carolina, é importante observar a frequência com o a qual se atinge o clímax. "Se a mulher percebe que em um período de seis meses não atingiu o orgasmo nenhuma vez, ou poucas vezes, deve procurar ajuda, pois pode estar com um quadro de anorgasmia, uma disfunção sexual".
De acordo com Viviane, ser feliz no sexo não é só uma questão de prazer, é uma questão que também traz benefícios à saúde feminina. "O ato sexual regula hormônios variados ligados ao bem-estar, entre eles a dopamina, a ocitocina, o cortisol, o estrogênio e a testosterona. Manter uma vida sexual regular pode rejuvenescer a aparência devido ao aumento do nível de estrogênio", observa.
Confira os fatores psicológicos ligados à questão.
Histórico pessoal e familiar: Carolina explica que mulheres que vêm de uma educação muito rígida, que prega que o sexo é uma coisa suja, podem ter maiores dificuldades na cama. "Ela já começa a relação achando que está fazendo algo errado, ainda que inconscientemente. Ela não se permite se entregar a essas sensações".
Falta de diálogo: se para a mulher já é difícil conhecer o próprio corpo, para o homem é mais ainda. Por isso, conversar sobre as preferências é fundamental. "Ter uma vida sexual e satisfatória significa ambos estarem bem e felizes. Para tanto, é importante que mantenham um bom canal de comunicação e entendimento íntimo e sexual", ressalta Viviane.
Perfil controlador: de acordo com Carolina, mulheres que têm o hábito de controlar tudo também podem ter dificuldade durante a relação sexual. "No sexo, é preciso se deixar levar pelas sensações e pelas fantasias, e algumas mulheres não conseguem sair da realidade", observa.
Falta de confiança no parceiro: outro empecilho neste sentido é a desconfiança - se a mulher não está 100% segura com o parceiro, a dificuldade em se entregar é muito maior. "O orgasmo é a perda do controle, você sai um pouco de si. Algumas mulheres têm dificuldade de se entregar a isso quando não confiam plenamente no parceiro", constata Carolina.
Desconhecimento do próprio corpo: "A mulher que não se toca, não se conhece, não sabe que região do corpo dá prazer", observa Carolina.
Transferir toda a responsabilidade para o parceiro: de acordo com Priscila Fernandes Gouveia, fisioterapeuta do Projeto Afrodite, a mulher é responsável pelo seu prazer. "Muitas vezes ela deixa na mão do homem e ele não conhece tanto assim a mulher, por isso é importante que ela se conheça pra ensinar o parceiro. Tem que existir parceria, conversar sobre a sexualidade principalmente", afirma.
Fazer sexo só para agradar o parceiro: muitas mulheres ainda fazem sexo para satisfazer a vontade do homem unicamente, e não ela própria. De acordo com Carolina, muitos ejaculam rápido, outros, não se dedicam às preliminares. Isso tudo contribui para que a vida sexual da mulher não seja satisfatória.
Invista em sua sexualidade
Veja algumas dicas das especialistas ouvidas para se conhecer melhor, deixar claro suas preferências e chegar ao orgasmo com maior frequência.
Posições: de acordo com a ginecologista Viviane, posições que estimulam o clitóris são as mais indicadas. "É o caso da posição em que a mulher fica por cima, sobre o parceiro. Nessa posição, durante a penetração, o clitóris é estimulado ao entrar em contato com a região pubiana do homem. Além disso, ela tem o domínio dos movimentos e velocidade, e pode escolher formas e intensidade de chegar ao seu prazer".
Liberando a fantasia: para fantasiar mais na hora do sexo, é preciso se libertar dos preconceitos e investir em alguns recursos. Carolina indica o uso do vibrador, que estimula bastante a mulher na hora do sexo, além de outros "brinquedinhos" encontrados em lojas especializadas. "Mulher também gosta muito de contos eróticos, que são erotizados, e não pornográficos. Eles ajudam na formação da fantasia", explica. A masturbação também é muito indicada neste sentido, pois a partir disso a mulher pode conhecer seus pontos mais sensíveis.
Terapia: nos casos em que a mulher tem muita vergonha de resolver sozinha ou com o parceiro suas questões sexuais, a terapia poderá ajudá-la a entender de onde vêm os seus medos.
Fisioterapia: de acordo com Priscila, as mulheres que têm a musculatura perineal enfraquecida podem procurar um fisioterapeuta uroginecológico, para que ele avalie a questão e indique os exercícios mais apropriados. "Os exercícios perineais promovem a maior consciência do períneo e a melhora da sensibilidade e da lubrificação, o que se traduz, na relação sexual, em uma maior sensação de prazer". Mas ela ressalta que este tipo de prática tem mais eficácia quando vem acompanhada da orientação sexual, ou seja, da consciência global sobre o aparelho genital e seus estímulos.
Esqueça os mitos: para ter uma vida sexual de qualidade, é bom parar de se comparar com as outras mulheres, sejam da vida real ou da ficção. Segundo Carolina, as mulheres de hoje também sofrem da "ditadura do orgasmo". "As revistas femininas fantasiam um pouco, os filmes são exagerados. Então a mulher acha que se não teve orgasmo uma vez, a relação foi ruim. Quando a gente fala de sexualidade, fala de satisfação: se ela sai satisfeita da relação, é o que interessa. Isso é o que importa", conclui.