Olá!
Muitas vezes você chega à casa exausto(a),
irritadiço(a), com dor de cabeça ou um apetite avassalador, depois de um dia
extenuante de trabalho? Percebe que sua paciência está por um fio, bem como a
sua tolerância ao barulho ou às demandas das crianças, cônjuge ou demais
familiares/amigos(as)?
Bem... esse artigo é para si!
Tenho recebido com alguma frequência, clientes cuja queixa
principal, ou seja, motivo que os levam à procurar por um profissional da saúde
(nomeadamente um psicólogo), está relacionado, sobretudo, ao elevado nível de
stress, resultante das relações e experiências laborais.
Podemos listas rapidamente algumas situações
causadoras de stress: a alta competitividade no mundo dos negócios e
consequente pressão para atingir "objetivos" (cada vez mais
exigentes), horários rotativos, baixos salários, falta de recursos ou condições
de trabalho saudáveis, ausência de planos de carreira, escassos investimentos
em treinamentos, assédio e coação nas relações hierárquicas, falta de
reconhecimento, motivação e possibilidade de gestão dos processos de trabalho,
relacionamento entre pares, instabilidade política e económica... etc., etc.,
etc...
Realidade é que passamos efetivamente, mais de 9
horas diárias no local de trabalho, 5 dias na semana (no mínimo) ... São
sensivelmente, mais de 180 horas mensais ou 2.160 horas anuais!
Durante esse período, lidamos com a pressão
natural das nossas atividades, sejam elas de cariz mais intelectual ou físico,
com melhores ou piores condições de trabalho, localização geográfica ou
acessibilidade. Para além disso, convivemos com colegas, supervisores e demais
membros hierárquicos, cada qual com suas características de personalidade,
"modus operandi" e feitio...
Isso inclui carácter, capacidade de gestão das
emoções, nível de tolerância, flexibilidade... uma infinidade de quesitos! E
não podemos esquecer que se aplicam também a nós, aos nossos clientes, alunos,
pacientes, fornecedores, vendedores, subordinados, etc... Não, decididamente não é uma relação simples. Todos, ou quase todos, precisamos trabalhar, ocorre que o nosso "sistema" é inteligente e eficaz e nos sinaliza quando algo não vai bem... Então é altura de mudar alguma coisa!
Sabemos que o corpo humano produz hormonas e que essas
substâncias químicas, fabricadas pelo sistema endócrino, ou por neurónios
altamente especializados, funcionam como um regulador (por indução ou inibição)
em outros órgãos e regiões do corpo.
Em geral as hormonas trabalham
devagar e agem por muito tempo, regulando o crescimento, o o desenvolvimento, a reprodução e as funções de muitos tecidos, bem como os processos metabólicos do organismo.
Pois bem, ocorre que consoante os nossos
sentimentos e emoções (medo, alegria, prazer, raiva, frustração), o corpo
produz e segrega, ou suprime a produção dessas hormonas. Para ter uma
ideia e compreender a importância da relação mente-corpo, a melatonina, por
exemplo, é uma hormona indutora do sono, já a serotonina é responsável pela
manutenção da atividade diurna, controle do despertar e apetite, a dopamina por
sua vez, aumenta a frequência cardíaca e a pressão arterial.
Quando vivemos reiteradas situações de ameaça
(real ou imaginária), experienciadas através de sucessivos confrontos e
conflitos e seus correspondentes sentimentos de medo/e ou cólera, as
consequências para a saúde são geralmente nocivas, já que causam o
desequilíbrio, e, portanto, a "desorganização" de todo o
"sistema".
Agora se imagine numa situação ligeiramente
desconfortável que tenha surgido no trabalho, uma situação recente... Não tenha pressa... observe o corpo...,
as emoções e o que pensa acerca de si mesmo(a) que seja negativo... Se imagine agora noutra situação laboral, com um nível de perturbação/desconforto maior que na situação
anterior... observe o corpo e as emoções...
Percebeu que ao evocarmos mentalmente uma
situação perturbadora, notamos a representação física e emocional dessa mesma
experiência? Ou seja, toda a experiência é ao mesmo tempo uma experiência
mental, emocional e física/somática (referente ao corpo).
Apesar disso, muitas pessoas vivem tão
"desligadas/desconectadas" do próprio corpo, que têm dificuldade em
perceber essa relação. Uma vez que os sintomas físicos são percecionados pelo
sujeito como algo que o assola de "fora para dentro" e não de
"dentro para fora", é mais difícil buscar o tratamento adequado, que
passa por conhecer ou reconhecer as causas que estão subjacentes aos
"sintomas".
Todo o sintoma é um sinalizador de desequilíbrio
mente-corpo. Dores, inflamações e infeções, alergias e problemas respiratórios,
depressão, ansiedade, distúrbios do sono, distúrbios alimentares e
sexuais...
Como equacionar algo tão complexo e
multidimensional???
Existem diversos caminhos para quem decide se
conhecer, se responsabilizar pelos próprios infortúnios e fazer escolhas mais
conscientes; psicoterapia e suas diversas abordagens, onde destaco naturalmente
o EMDR e Brainspotting, Técnicas de Relaxamento e Visualização, Yoga, Mindfulness (também conhecido como atenção plena, é
uma forma de estar presente a si, aos outros e ao meio à sua volta a cada momento)...
Espero que esse artigo lhe possa ser útil. Pense
acerca de sua saúde, suas relações e nível de satisfação com os vários setores
da sua vida. Todos temos o direito e o dever de ser feliz e saudável, ainda que
o caminho para se atingir esses e outros objetivos, possa ser complexo é
possível! Sempre!
Ana Saladrigas
Sem comentários:
Enviar um comentário