segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Violência de Género; o silêncio como cúmplice

No dia 25 Novembro, celebra-se o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra as Mulheres. A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) assinala esta efeméride lançando uma campanha de sensibilização sobre violência contra as mulheres. 

Este tipo de violência, ao contrário daquilo que se pensa, não é incomum... Se as imagens "chocam" e parecem demasiadas, a realidade é muito pior... São anos e anos de violação dos direitos humanos, anos e anos a sofrer de violência psicológica, insultos e muitas vezes agressões físicas.

A pergunta que sempre nos fazemos é por que estas mulheres sujeitam-se a estas situações de constantes humilhações. O crime de Violência contra a mulher tem contornos muito específicos, uma subtileza que se reedita no tempo e nos altos e baixos de uma relação de amor, controlo e dependência recíproca. 


Sem falar no investimento afectivo, na vergonha e culpa devido a uma relação  débil, com momentos de amor, carinho e afecto e outros permeados pela instabilidade emocional, agressividade e abusos... Este ciclo de tensão, agressão e "lua de mel", sustenta a esperança e dificulta o "desenlace". O luto pela relação "falhada" é adiado constantemente, assim como os votos de amor, companheirismo e protecção...

As questões práticas, como dependência financeira, emocional, medo de represálias e mais agressividade, sobretudo contra filhos e familiares próximos, reforça o comportamento de permanência. 

Aliado a este cenário desolador, temos o preconceito contra a mulher, ora velado, ora"escancarado" em todas as dimensões, sobretudo se a mulher for imigrante, de classe social desfavorável ou ainda com poucos recursos académicos e sociais, uma polícia de segurança muitas vezes mal preparada, uma justiça lenta e hipócrita e uma articulação entre estes organismos ineficaz.   

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