domingo, 13 de março de 2011

Fobia Social

A fobia social é um dos transtornos mentais mais prevalentes na população geral. Afecta comummente crianças, adolescentes e adultos, comprometendo a qualidade de vida de forma incapacitante. As principais formas de tratamento são a psicoterapia e a farmacoterapia.
O termo fobia social ou transtorno de ansiedade social é usado para designar a intensa ansiedade desencadeada em situações sociais e de desempenho, que leva ao sofrimento e perdas de oportunidades. A fobia social (FS) caracteriza-se por um medo intenso e persistente de uma ou mais situações sociais, nas quais o indivíduo é exposto a pessoas estranhas ou a uma possível avaliação pelos outros.

Há dois subtipos de FS:
 
1)  Generalizada (presente na maior parte das situações sociais): representa 80 a 90% das FS. É o tipo mais incapacitante, com um índice alto de comorbidades, origem familiar e curso crónico;
2)  Circunscrita (restrita a uma ou duas situações): em geral ligada ao
            desemprenho; falar em público, escrever ou comer na frente
            de outras pessoas.

Todos nós temos, em algum grau, certo receio de desempenhar algumas funções. Mas apesar da ansiedade e desconforto que a situação nos proporciona, não deixamos de executá-la. Já a pessoa com fobia social, na maioria das vezes, evita tais situações, ou as suporta com intenso sofrimento.

A fobia social generalizada é um transtornos de ansiedade insidioso e crónico, em geral presente por várias décadas e com início precoce. Este padrão sugere que uma melhora espontânea seja rara. A melhora dos sintomas de ansiedade social pode se dar no início do tratamento, mas geralmente a recuperação é contínua e lenta.

A fobia social apresenta significativa interferência nas rotinas de trabalho, académicas, sociais e sexuais e pode causar prejuízos significativos (não concluir a faculdade pela necessidade de defender uma tese em público; perder a oportunidade de um emprego por não conseguir comparecer a uma entrevista; isolar-se do convívio social; não frequentar as aulas ou realizar os testes com receio de ser  observada/julgada).

A pessoa teme agir de um modo ou mostrar sintomas de ansiedade que lhe sejam humilhantes e embaraçosos, e a exposição à situação social temida provoca uma resposta de ansiedade crescente, cujos sintomas mais recorrentes são:

·         Taquicardia
·         Sudorese
·         Espasmo muscular
·         Tremores
·         Ruborização
·         Distúrbios gastrointestinais
·         Dores de cabeça

As pessoas diagnosticadas como fóbicas sociais apresentam uma hipersensibilidade a criticas, mantêm uma avaliação negativa a respeito de si mesma, sentimentos de inferioridade e dificuldade em serem assertivas (Lamberg, 1998; Stopa & Clark, 1993).

Com o aumento do reconhecimento deste transtorno, um grande número de estudos e consequentemente de opções terapêuticas têm emergido, tanto na área farmacológica quanto na área psicoterápica.

A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é uma das opções terapêuticas mais investigadas no tratamento da fobia social em adultos. A TCC é baseada na premissa de que aquilo que você pensa afeta a forma como se sente, e os seus sentimentos afetam os seus comportamentos.


Desta forma se você modificar a maneira como pensa acerca das situações sociais que lhe causam ansiedade, você irá sentir-se melhor e ser mais funcional no seu dia-a-dia. O que ocorre é que muitas pessoas não sabem disso e imaginam-se reféns de um inimigo que pode ser superado. A TCC inclui essencialmente as seguintes técnicas:

·    Relaxamento - objectiva a redução dos sintomas fisiológicos em situações evocadoras de ansiedade;
·    treinamento de habilidades sociais - objectiva a aquisição de habilidades e o domínio da ansiedade para lidar com situações sociais;
·    exposição – objectiva auxiliar no enfrentamento de situações temidas e evitadas, com controle dos sintomas fisiológicos até a habituação e extinção destes;
·    técnicas de reestruturação cognitiva - objectiva gerar pensamentos alternativos que substituam os pensamentos automáticos disfuncionais de maneira mais realista;

Embora possa parecer que não há nada que você pode fazer sobre os sintomas do transtorno de ansiedade social (fobia social), na realidade, há muitas coisas que podem ajudar.
Mudanças de estilo de vida para o transtorno de ansiedade social (fobia social)
Ainda que as mudanças de estilo de vida por si só não serem suficientes para superar a desordem de ansiedade social, elas podem apoiar o seu progresso global de tratamento. As dicas de estilos de vida que se seguem, ajudam a reduzir os seus níveis de ansiedade geral e preparam o terreno para o sucesso do tratamento:
·    Evite ou reduza a cafeína. Café, chá, refrigerantes com cafeína, bebidas energéticas, chocolate, atuam como estimulantes aumentando os sintomas ansiosos.
·    Beba com moderação. Você talvez se sinta tentado a beber antes de uma acontecimento social com o objetivo de acalmar os seus nervos, mas o álcool aumenta os riscos de ter um ataque de ansiedade.
·    Deixe de fumar. A nicotina é um estimulante poderoso. Fumar conduz a um aumento dos níveis de ansiedade.
·    Tenha um sono adequado. Quando você fica privado de sono, fica mais vulnerável à ansiedade. Estar bem recuperado, irá permitir estar mais calmo nas situações sociais.
O melhor tratamento para transtorno de ansiedade social varia de pessoa para pessoa. Eventualmente algumas estratégias de auto-ajuda poderão ser o suficiente para aliviar os seus sintomas de ansiedade, no entanto se estes persistirem você pode precisar de ajuda profissional. Mas seja qual for a sua abordagem, você pode superar a sua ansiedade social, se procurar a ajuda que precisa e fizer um compromisso de tratamento.


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