sábado, 23 de abril de 2011

Conflitos conjugais e desemprego são grandes causas de depressão

A mulher tem mais facilidade em expressar as emoções e até reconhece quando precisa de ajuda. Esse é um dos factores que explica que haja mais mulheres do que homens com depressão diagnosticada.

As alterações hormonais típicas da menstruação, do período pós-parto e da menopausa também contribuem para a aparente maior incidência da doença nas mulheres. «Nos homens há mais resistência para procurar acompanhamento».

Mas a razão pela qual a depressão atinge uns e não outros em semelhantes situações de fragilidade não é clara. No entanto, sabe-se que os seus principais desencadeadores são uma predisposição genética e situações de stresse psicosocial – como conflitos conjugais ou desemprego.

O estado de «vulnerabilidade constante é uma espécie de pólvora, se ninguém lhe encostar um fósforo, esta não arde».
 
Apesar de os sintomas mais conhecidos serem a tristeza, sensação de vazio, desânimo e diminuição dos campos de interesse, para muitos doentes a depressão traduz-se de forma física – alterações nos padrões de sono, cansaço
constante e até dor.

Diagnóstico só após cinco anos

De acordo com o primeiro estudo nacional de saúde mental apresentado no
ano de 2010, o diagnóstico só é feito, em média, cinco anos após os primeiros
sintomas. Uma das razões para este atraso é o estigma que ainda existe, associado às doenças mentais e que pode provocar muitas vezes, a desvalorização dos sinais de uma crise.

O conhecimento atempado da depressão tem influência no resultado do tratamento: «Quanto mais tempo o doente demora até um correcto diagnóstico, mais díficil é a remissão ou a cura e mais custos sociais serão esperados».

Porém é importante distinguir «os estados de tristeza pontuais reactivos a uma situação adversa» dos episódios depressivos. «Esta é uma doença que se traduz num conjunto de sintomas que se manifestam num período alargado de tempo».

"Não desvalorize estes sintomas; procure um médico ou psicólogo especializado"

Parte deste texto foi extraído do site "A Depressão Dói"

PERTURBAÇÃO DO DESEJO SEXUAL HIPOACTIVO

Embora se verifique uma maior incidência deste problema na população feminina, a prática clínica tem vindo a demonstrar um crescente aumento da procura de ajuda por parte da população masculina.
A Perturbação do Desejo Sexual Hipoactivo consiste na diminuição, ou mesmo na ausência, de fantasias e pensamentos sexuais, desejo de se envolver sexualmente com o outro, ou não se sentir de todo disponível para esse envolvimento, sendo causa de grande sofrimento e mal-estar individual e no casal.
Veja o seguinte cenário… o filme repete-se vezes sem conta: Está com o seu parceiro em casa, sozinhos, num ambiente tranquilo e descontraído de final de dia, e ele procura-a na tentativa de se envolverem sexualmente. A última coisa que lhe apetece fazer naquele momento é sexo, nem sequer está a pensar nisso, no entanto tem-lhe vindo a dizer que não nas ultimas tentativas, e tem de decidir o que fazer naquele instante. Se por um lado pode voltar a dizer-lhe “hoje não me apetece”, por outro, pensa que pode “fazer o frete” e ele não a volta a procurar tão depressa. Mas sabe à partida que qualquer das escolhas acaba por ter consequências negativas no vosso relacionamento intimo e na vida de casal, criando anseios, decepções e frustrações que conduzem a conflitos maiores no dia-a-dia em família.
As pessoas com este problema podem chegar ao limite de evitar todo o envolvimento com o parceiro, não lhe tolerando beijos, abraços ou qualquer troca de carícias, com receio de lhe estar a dar esperanças quanto ao poderem vir a ter relações sexuais.
Ao recusarem sucessivamente este envolvimento, sentem que estão a criar um fosso afectivo cada vez maior, mas ao envolverem-se contrariadamente, também não se conseguem entregar e retirar prazer dessa experiência. Uma grande insatisfação acaba por ser sentida de ambas as formas, e ela acaba também por ser vivida pelo parceiro.
A pressão é naturalmente intensa e a resolução do problema parece difícil de atingir...

Não hesite em procurar ajuda! Identificar possíveis causas e aprender novas formas de "Ser" e "Estar" com o outro, podem ser úteis para viver novas experiências, mais positivas e plenas, no contexto de um novo repertório.

Texto extraído do site "Oficina de Psicologia"

A Depressão Doi

Causas


Há várias teorias explicativas para o aparecimento da depressão mas, apesar
da investigação desenvolvida, persistem dúvidas relativamente à origem.
Actualmente, a depressão é referida como uma doença multifactorial, ou seja, 
com várias causas envolvidas no seu aparecimento.

Algumas teorias referem uma explicação genética e estudos feitos
com gémeos
monozigóticos, corroboram a existência de uma tendência familiar. No entanto, não é claro como é feita esta transmissão.

São  igualmente importantes as causas físicas, como o desequilíbrio hormonal,
certas patologias (neurológicas, infecciosas ou oncológicas) ou alguns medicamentos, que têm como efeitos depressões secundárias.

Outras, denominadas psicodinâmicas, dão maior importância  às relações dos
doentes com o meio e, em particular, com os pais/educadores ao longo do seu
desenvolvimento.

Os factores sociais, por outro lado, como a vulnerabilidade das classes sociais
baixas, as relações interpessoais pobres, o desemprego, uma perda familiar
importante ou um acontecimento traumático, podem também estar na sua
origem.

A investigação proporcionou um conhecimento vasto das alterações

morfológicas e do funcionamento do cérebro do doente deprimido. São estes
desequilíbrios que estão na base do tratamento farmacológico actual, com
antidepressivos.

Hoje, sabe‐se que as principais moléculas em causa no cérebro depressivo
são os seguintes neurotransmissores; serotonina, noradrenalia e dopamina.
É a falta destes neurotransmissores que origina o quadro de depressão. 

Os neurotransmisores permitem a comunicação entre as principais células
nervosas (os neurónios). A diminuição da disponibilidade destas substâncias,
faz com que o cérebro funcione de forma “mais  lenta”.

O tratamento com antidepressivos, seguido de acordo com a prescrição do
médico, aumenta a disponibilidade dos neurotransmissores, para que voltem
aos seus níveis normais.

Sintomas

Não existe um quadro padrão de sintomas para a depressão, mas sim sinais
recorrentes que podem indiciar a doença.

A depressão não se manifesta da mesma forma de pessoa para pessoa.
Se, em alguns casos, são mais evidentes os sintomas emocionais de tristeza,
desânimo e falta de interesse, noutros doentes a depressão manifesta‐se
sobretudo de forma física, com dor, alterações no sono, falta de energia e
fadiga.

Os principais sintomas emocionais incluem tristeza, perda ou diminuição do
prazer ou interesse nas actividades que anteriormente fazia com gosto,
sentimentos de desvalorização e culpa, pensamentos recorrentes sobre a
morte;

Os sintomas geralmente associados ao quadro depressivo, manifestam-se
principalmente através da "cisma", irritabilidade, choro fácil, ansiedade
generalizada e fobias;

Já os sintomas físicos caracterizam-se pela falta de energia, dificuldade de
concentração, alterações no apetite (diminuição ou almento), apatia sexual,
insónia ou sonolência excessiva, dores (de cabeça, nas costas, nos ombros
ou generalizada).
Em média 65% das pessoas deprimidas apresentam sintomas físicos
dolorosos. A dor física, sobretudo quando persistente, sem responder ao
tratamento analgésico, deve ser investigada de perto pelo médico assistente.

Quando uma pessoa apresenta um conjunto destes sintomas e estes

interferem de forma importante com a vivência quotidiana, é
fundamental consultar um médico/psicólogo.

Tratamento

A escolha do tratamento mais adequado deve ser personalizada e feita após
uma avaliação física e mental.
Uma vez que a depressão é uma doença multifactorial, os tratamentos mais
eficazes devem incluir:

Alteração do estilo de vida: prática de exercícios físicos e alimentação
saudável, convívio com familiares e amigos, maior socialização
(participar de uma associação, clube, etc.);

Psicoterapia: promove o auto-conhecimento, a reformulação de pensamentos
pouco producentes, maior adaptação às situações da vida diária e a
descoberta de novos objectivos;

Medicação: tratamento complementar que inclui uma gama de vários
medicamentos, chamados antidepressivos;

Outros como: Acumpuctura, Massagens, Tratamento Homeopático, Meditação
e tudo aquilo que proporciona bem estar físico e emocional.


O tratamento deverá ser continuado por vários meses, mesmo depois da
melhora dos sintomas, Só desta forma evitará recaídas, quando terminar o
tratamento antidepressivo.

Extraído parcialmente do site a "Depressão Dói"

Ansiedade Social e Fobia Social

A ansiedade social é provavelmente, de entre os problemas de ansiedade, o menos conhecido e o mais negligenciado. Para que possa compreender melhor o que é a ansiedade social e a sua forma mais severa a Fobia Social, torna-se necessário que comecemos por perceber o que é uma situação social. Uma situação social é qualquer situação na qual a pessoa e outras pessoas estão presentes. As situações sociais podem incluir interacção com os outros (o que frequentemente referimos como situações interpessoais) ou situações nas quais a pessoa é o foco de atenção ou que poderá ser reparada por outros (frequentemente referimos como situações de desempenho). Alguns dos seguintes exemplos de situações interpessoais e de desempenho podem ser temidas por pessoas que têm níveis elevados de ansiedade social.
Ansiedade social refere-se ao nervosismo ou desconforto em situações sociais, habitualmente devido ao medo que a pessoa tem de poder fazer alguma coisa que possa ser embaraçoso ou ridículo, ou na qual possa causar má impressão, ou que possa ser julgada, criticada ou avaliada negativamente por outras pessoas. Para muitas pessoas, a ansiedade social está limitada a certas situações sociais. Por exemplo, algumas pessoas ficam muito desconfortáveis em situações formais relacionadas com o trabalho, como por exemplo fazer apresentações ou reuniões, mas ficam razoavelmente confortáveis em situações mais casuais, como por exemplo em festas ou a socializar com os amigos. Outras pessoas podem reagir exactamente ao contrário; estão mais confortáveis em situações formais de trabalho do que em situações não estruturadas de encontro social. De facto, não é nada pouco habitual ouvir uma celebridade a dizer que se sente razoavelmente confortável a desempenhar o seu papel em frente a grandes audiências mas que se sente tímida e nervosa quando interage com uma pessoa ou em pequenos grupos em que a intimidade é maior.
A intensidade da ansiedade social e a extensão das situações sociais temidas variam de pessoa para pessoa. Por exemplo, algumas pessoas sentem algum receio com que lidam razoavelmente bem, enquanto outras se sentem completamente esmagadas pela intensidade do seu receio. Para algumas pessoas o receio encontra-se limitado a um única situação social (por exemplo, falar em publico), enquanto que para outras pessoas, a ansiedade social surge em quase todas as situações sociais.
A ansiedade social está relacionada com diversos factores que poderão incluir estilos e traços de personalidade (por exemplo, introversão, timidez ou perfeccionismo). As pessoas que são tímidas sentem-se frequentemente desconfortáveis em certas situações sociais, em especial aquelas situações que envolvem interagir com outras pessoas e conhecer novas pessoas. As pessoas que são introvertidas tendem a ser mais sossegadas e evitam ou retiram-se mais de situações sociais, podendo preferir estar sozinhas. No entanto, as pessoas introvertidas não são necessariamente ansiosas ou receosas quando socializam. Por último, a disposição para o perfeccionismo está associada à tendência para manter elevadas expectativas para si mesmo que são difíceis ou impossíveis de cumprir. O perfeccionismo pode conduzir a pessoa a sentir-se ansiosa em publico pelo receio que as outras pessoas reparem nas suas “falhas” e os julguem negativamente.
Como é que a Ansiedade Social pode interferir nos relacionamentos, no trabalho e na escola, e em outras actividades do dia-a-dia?
A ansiedade social pode fazer com que seja difícil para as pessoas estabelecerem e manterem relações saudáveis. Pode afectar todos os níveis de relacionamento, desde o relacionamento com estranhos e conhecidos casuais àqueles com a família e outros significativos. Para muitas pessoas, mesmo a maneira mais simples de interacção social (tal como fazer uma pequena conversa, pedir direcções, cumprimentar um vizinho) são muito difíceis. Para essas pessoas marcar encontros pode estar completamente fora de questão. A ansiedade social pode ser mais fácil de lidar junto de pessoas mais familiares, como amigos e família, mas nem sempre. Para algumas pessoas, a ansiedade pode aumentar à medida que as relações se tornam mais íntimas. A ansiedade social pode ainda interferir com as relações existentes, principalmente se o companheiro(a) de uma pessoa com ansiedade social quiser socializar com outras pessoas. A ansiedade social pode ter um impacto na escolha dos estudos e da profissão. Pode por exemplo afectar o tipo de curso a fazer na faculdade e qual o tipo de emprego que a pessoa pode aceitar. Pode ainda afectar o desempenho no trabalho e o envolvimento na escola. Praticamente qualquer actividade que envolva contacto com outras pessoas pode ser afectada pela ansiedade social.
Quando a ansiedade social se torna severa, pode conduzir para uma condição conhecida como fobia social.

Extraído do Site "Oficina de Psicologia"

Não são as Circunstâncias que Decidem a Nossa Vida

A nossa vida, como repertório de possibilidades, é magnífica, exuberante, superior a todas as históricamente conhecidas. Mas assim como o seu formato é maior, transbordou todos os caminhos, princípios, normas e ideais legados pela tradição. É mais vida que todas as vidas, e por isso mesmo mais problemática. Não pode orientar-se no pretérito. Tem de inventar o seu próprio destino.

Mas agora é preciso completar o diagnóstico. A vida, que é, antes de tudo, o que podemos ser, vida possível, é também, e por isso mesmo, decidir entre as possibilidades o que em efeito vamos ser. Circunstâncias e decisão são os dois elementos radicais de que se compõe a vida. A circunstância – as possibilidades – é o que da nossa vida nos é dado e imposto. Isso constitui o que chamamos o mundo. A vida não elege o seu mundo, mas viver é encontrar-se, imediatamente, em um mundo determinado e insubstituível: neste de agora. O nosso mundo é a dimensão de fatalidade que integra a nossa vida.
Mas esta fatalidade vital não se parece à mecânica. Não somos arremessados para a existência como a bala de um fuzil, cuja trajectória está absolutamente pré-determinada. A fatalidade em que caímos ao cair neste mundo – o mundo é sempre este, este de agora – consiste em todo o contrário. Em vez de impor-nos uma trajetória, impõe-nos várias e, consequentemente, força-nos... a eleger. Surpreendente condição a da nossa vida! Viver é sentir-se fatalmente forçado a exercitar a liberdade, a decidir o que vamos ser neste mundo. Nem mum só instante se deixa descansar a nossa actividade de decisão. Inclusivé quando desesperados nos abandonamos ao que queira vir, decidimos não decidir.

É, pois, falso dizer que na vida «decidem as circunstâncias». Pelo contrário: as circunstâncias são o dilema, sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.

Ortega y Gasset, in 'A Rebelião das Massas'